Artigo escrito por Thiago Pontes
Hoje a coisa mais comum em se ver são crianças com aparelhos celulares nas mãos, pessoas conectadas virtualmente, criando expectativas por likes em suas postagens, esperando por comentários, esperando a próxima temporada da série X, ansiosos esperando, esperando…
As reações que sentimos quando estamos muito ansiosos são velhas conhecidas de quem sofre com ela: falta de ar, taquicardia, boca seca, tremedeira, sudorese, insônia, insegurança, irritabilidade, tristeza…
Escolhi a ansiedade para juntos refletirmos a partir de uma visão panorâmica e filosófica, peço que não me abandone nessa jornada.
Sempre gosto de voltar aos grandes pensadores do passado para compreender melhor algum tema. O conceito de ansiedade foi estruturado primeiramente pelo psicanalista S. Freud, como sendo “o medo de algo”. O psiquiatra australiano A. Lewis descreveu a ansiedade como sendo “um estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigido para o futuro, desproporcional e com desconforto subjetivo”, subjetivo, pois diz respeito a cada sujeito em particular, diz respeito ao modo como você interpreta a realidade diferente de mim, como você cria as imagens e cenas do seu futuro.
Será que vivemos na ‘Era da Ansiedade’? Esse é o título de uma obra muito expressiva do poeta inglês W. H. Auden, também é título da 2ª Sinfonia de L. Bernstein, músico norte-americano. O filósofo dinamarquês Kierkegaard escreve que a ansiedade é uma espécie de vertigem da liberdade; por se ter à frente mais de uma possibilidade.
Parece-me que a ideia de liberdade, muito presente em nossa época, é também uma ‘faca de dois gumes’, pois de um lado você é livre para querer e poder tudo, pelo próprio mérito, por outro lado o seu futuro, incerto como tal, é de inteira responsabilidade sua, gerando excesso de preocupações, autocobranças e adoecimento psicossomáticos.
Hoje está na moda percorrer o sucesso, está na moda ditarem à nós o que é sucesso e se você não se encaixar no modelo você é um fracassado (a). Será? Há quem diga que a ansiedade está intimamente associada à importância que você dá a algo ou evento futuro… E na maioria das vezes “o melhor da festa é esperar por ela”. Seria pertinente diminuir o grau de importância dos fatos?
Seria prudente não se importar tanto com o que esperam de nós? O filósofo romano Sêneca disse: “O homem que sofre antes de ser necessário, sofre mais do que o necessário”. Julio Cesar, Imperador Romano completou dizendo: “O que está fora da vista perturba mais a mente do que aquilo que pode ser visto”. É como se quiséssemos controlar o futuro, e pecamos em focar nas imaginações mais catastróficas possíveis.
Mas como seguir tais os conselhos? Uma alternativa muito útil trabalhada na PNL (Programação Neurolinguística) é o chamado Estado de Flow; onde você foca no presente, no aqui e agora. Quando você realmente colocar em prática essa atenção plena perceberá a riqueza de detalhes que há no presente: sons, imagens, sensações… Eduque sua atenção, vale a pena praticar.
No fundo a ansiedade é um estado emocional que quando fora de controle atrapalha e escraviza, mas quando acolhido tem muito a nos dizer. Ela não é algo que deva ser evitada ou medicada de maneira simplória, mas sim o caminho mais verdadeiro para um profundo autoconhecimento e posterior superação do estado (como queria Hegel em sua dialética).
Você se considera uma pessoa ansiosa? É refém, é controlado (a) por ela? O que você pode aprender com ela? Um grande abraço.
Thiago Pontes é Filósofo e Neurolinguísta (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial
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