Itália impõe restrições a população
Numa medida sem precedentes, todos os habitantes da Itália têm de ficar em casa e só saindo por motivos comprovados de saúde ou trabalho. As medidas de emergência para tentar travar a progressão do novo coronavírus passam agora a abranger todo o país.
A quarentena imposta ao norte de Itália por causa da epidemia do covid-19 foi estendida ao resto do país, a partir desta terça-feira, como medida para conter a propagação do surto, anunciou hoje (10) o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.
Segundo ele, os cidadãos terão de comprovar a importância do seu trabalho para continuar a exercer a atividade, o estado de saúde e outras razões que justifiquem a necessidade de viajar para fora da área de residência. As restrições vão valer até 3 de abril.
"Não haverá apenas uma zona vermelha. Haverá Itália", disse Conte aos jornalistas.
A Itália enfrenta a situação mais crítica na Europa. A doença atingiu até agora 9.172 pessoas e provocou a morte de 463, tornando a Itália o segundo país com mais casos depois da China.
Em Portugal, o Ministério da Administração Interna anunciou novas medidas de contingência. Estão confirmados 39 casos no país e 399 aguardam resultados laboratoriais.
A Coreia do Sul anunciou 131 novos casos e mais três mortes causadas pelo covid-19 nas últimas 24 horas, registrando o menor número de infecções em duas semanas, o que parece indicar uma desaceleração do surto.
No total, o país asiático contabiliza 7.513 infectados e 54 mortes, com a taxa de mortalidade do vírus baixa, em 0,7%, de acordo com os dados divulgados hoje pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças Contagiosas da Coreia do Sul. Nas últimas horas, 81 pessoas receberam alta, elevando o total para 247.
Mais uma vez, a maior parte das infecções nas últimas 24 horas ocorreu no foco principal do país, na cidade de Daegu e na província de Gyeongsang do Norte, onde houve 102 dos 131 novos casos.
Em Daegu, pela primeira vez o número de atingidos diariamente na cidade não chegou aos 100, algo que não acontecia desde 22 de fevereiro.
A epidemia do novo coronavírus foi detectada em dezembro, na China, e já causou mais de quatro mil mortes. Mais de 113 mil pessoas foram infectadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.
O presidente chinês, Xi Jinping, chegou hoje à cidade de Wuhan para uma visita de inspeção, na sua primeira viagem ao epicentro do surto do covid-19. Ele vai se reunir com moradores, médicos, doentes e políticos.
Situada no centro da China, Wuhan foi colocada sob quarentena, em 23 de janeiro, com entradas e saídas bloqueadas.
A visita de hoje ocorre no dia em que a China registra o menor número de novos casos, 19, desde que a contagem começou a ser feita a nível nacional.
Xi Jinping chegou de avião à capital da província de Hubei, onde várias outras cidades foram submetidas a medidas semelhantes de isolamento. No total, Hubei soma 3.024 mortes e 67.760 casos confirmados do covid-19.
O novo coronavírus surgiu em dezembro passado, em Wuhan, antes de se espalhar por vários países. Mais de 110 mil pessoas foram infectadas em todo o mundo, entre as quais quatro mil, a grande maioria na China.
O papa Francisco adiou hoje para 2021 uma visita oficial prevista para este ano ao Timor-Leste, por conta da propagação do coronavírus, informou o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense.
Dionísio Babo Soares disse que a confirmação do adiamento da visita, que incluía ainda vários outros países na região, foi dada numa carta oficial entregue pelo encarregado de Negócios do Vaticano em Timor-Leste, Marco Sprizzi.
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