O varejista mais importantes do país
NEGÓCIOS
O aumento de compras pela internet em função das medidas de isolamento transformou o marketplace, que já era uma das empresas mais valiosas da América Latina, em uma das varejistas mais importantes do país
Por Mariana Missiaggia 26 de Novembro de 2021 às 15:00
| Repórter mserrain@dcomercio.com.br
Fundado em 1999 pelo empresário argentino Marcos Galperín, o Mercado Livre surgiu de um plano de negócios escrito quando seu idealizador concluía o MBA na Universidade de Stanford.
No mesmo ano em que passou a funcionar, a plataforma também começou a atender outros três países além da Argentina: Uruguai, México e Brasil. Em 2000, mais quatro países foram incorporados à extensão do Mercado Livre na América Latina: Equador, Chile, Venezuela e Colômbia.
Foi a partir daí que o Mercado Livre recebeu seu primeiro aporte - mais de US$ 46 milhões em investimento de diversos grupos financeiros, que se somaram aos quase US$ 8 milhões alcançados em 1999, em duas rodadas de financiamento.
Em 2001, a empresa americana de comércio eletrônico eBay comprou parte do Mercado Livre e manteve uma parceria por cinco anos. No ano de 2007, a empresa abriu capital na Nasdaq, o mercado de ações dos Estados Unidos, voltado principalmente a empresas de tecnologia.
No ano de 2014, surgiu o Mercado Pago, uma espécie de fintech que era utilizada como ferramenta de pagamento para pessoas físicas e jurídicas. Depois de se tornar um dos principais concorrentes do PayPal, no ano passado, o Mercado Livre e o PayPal anunciaram a integração dos serviços de pagamentos das companhias no Brasil e no México. Hoje, a empresa opera em 18 países.
O presidente do Mercado Livre no Brasil, Stelleo Tolda, acompanhou todas essas etapas e era o único brasileiro trabalhando no projeto quando a empresa ainda funcionava em uma garagem. Ele também é considerado cofundador da companhia.
Desde o início de 2020, o aumento de compras pela internet em função das medidas de isolamento transformou o marketplace, que já era uma das empresas mais valiosas da América Latina, em uma das varejistas mais importantes do país. Veja algumas curiosidades sobre o Mercado Livre:
UM NEGÓCIO DE USADOS
Para fazer o negócio girar no Brasil e atrair o público, os primeiros produtos que foram colocados à venda no site eram artigos usados de familiares e amigos. Depois, os fundadores passaram a visitar os lojistas pessoalmente, em ruas como a Teodoro Sampaio, tradicional polo da capital paulista de venda de instrumentos musicais, com uma máquina fotográfica digital em mãos.
De loja em loja, falavam com os proprietários e tiravam foto dos produtos para inserir na plataforma. Naquele momento, ainda era gratuito anunciar no site, algo que foi mantido por um ano. Rapidamente, o negócio foi ganhando escala.
BRASIL: A MAIOR OPERÇÃO
Com pouco mais de 20 anos de existência, hoje a maior operação do Mercado Livre é a brasileira. O país gera mais da metade da receita da empresa há alguns anos - cerca de 57%. Dos U$ 3,7 bilhões de faturamento no ano passado, US$ 2,2 bilhões vieram do Brasil.
LUCRO SEIS VEZES MAIOR QUE EM 2020
De julho a setembro deste ano, o volume de vendas do Mercado Livre chegou a U$ 7,3 bilhões - avanço de 29% sobre o mesmo período de 2020. A empresa fechou setembro com uma base de 78,7 milhões de usuários únicos, aumento de 3,4% em 12 meses. No terceiro trimestre do ano, a receita líquida foi de US$ 1,9 bilhão, alta de 72,9% ante igual período de 2020.
O conjunto de aumento de receita e controle de despesas ajudou o Mercado Livre a ter lucro líquido de U$ 95,2 milhões no terceiro trimestre, volume mais de seis vezes superior ao reportado no ano anterior.
CRESCIMENTO DAS ENTREGAS EM POUCAS HORAS
Com a expansão das operações logísticas no país, a empresa já disponibiliza diferentes opções de entrega. As principais e mais recentes são o cross docking, que é a coleta na casa do vendedor, e também o fulfillment, onde o Mercado Livre armazena o estoque do vendedor, modalidade que responde por 25% dos envios.
Neste último modelo, os centros de distribuição funcionam como postos de estoque avançado para marcas que já sustentam um volume recorrente de vendas no site. Ou seja, os centros armazenam itens antes mesmo de eles serem pedidos, diminuindo o prazo de entrega para menos de dois dias, em média.
O outro formato, chamado de cross docking, consiste na coleta diária de mercadorias, que permanecem menos de 24 horas dentro dos armazéns sendo organizados e embalados para seguirem viagem para entrega nos destinos finais. Além de eliminar o processo de estocagem, esse procedimento permite mais agilidade na entrega, reduz custos logísticos e permite melhor aproveitamento dos veículos de entrega. Em São Paulo, mais de mil motoristas fazem parte de toda essa sinergia.
SEM PARAR
Todos os centros de distribuição da companhia funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, e separados em três turnos.
NOVE CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO
Neste ano, o Mercado Livre anunciou dois novos centros de distribuição no país. Um deles ficará em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo, a ser inaugurado ainda neste ano. O segundo centro ficará em Belo Horizonte, Minas Gerais, e será inaugurado em 2022. Os dois centros de distribuição serão para fulfillment. No total, o Mercado Livre chegará a nove centros de distribuição - um deles separado somente para itens pesados, outro para itens de mercado não-perecíveis e por aí vai.
16 MIL EMPREGOS
Ampliando a rede logística brasileira, a operação no país quer fortalecer as áreas de tecnologia da informação, serviços financeiros e de produtos. Por isso, começaram o ano de 2021 com 4 mil funcionários e terminarão o ano com 16 mil.
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