APA de Sousas e Joaquim Egídio
Uma audiência pública num salão ao lado da subprefeitura do Distrito de Joaquim Egídio, na noite desta quarta-feira, 25 de julho, colocou em debate, mais uma vez, o Plano de Manejo e Parâmetros de Uso e Ocupação da Área de Proteção Ambiental (APA de Campinas), que engloba os distritos de Sousas e Joaquim Egídio e também os bairros Gargantilha, Monte Belo e Carlos Gomes.
O objetivo desta vez foi apresentar aos cerca de 200 presentes a proposta do secretário de Habitação e presidente da Companhia de Habitação Popular de Campinas (Cohab-Campinas), Samuel Rossilho, que é flexibilizar o Plano de Manejo da APA para que a região possa receber empreendimentos habitacionais de interesse social.
Segundo Rossilho, com uma visão de futuro, a Habitação solicita uma alteração no texto final do plano liberando 3,16% da área total da APA (área equivalente a 7 km2) para a criação de uma reserva técnica nos vazios urbanos que permita a construção de moradias beneficiando, assim, cerca de 3,7 mil pessoas que estão na fila de espera da Cohab-Campinas, somente na região Leste.
“O que estamos propondo é um plano de manejo ordenado. O secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes, entendeu nossa demanda e já tem trabalhado com muita segurança e critério neste assunto. Não podemos mais cometer o erro de administrações anteriores que praticamente fecharam os olhos para as pessoas que vivem aqui, sob o risco de criarmos neste local uma espécie de principado somente para pessoas ricas. Levantamento da Transurc mostra que diariamente, em média, 4,6 mil pessoas se dirigem a Sousas e Joaquim Egídio de ônibus, sem contar os outros meios de transporte, tais como motos, peruas e carros particulares somente para trabalhar e, no final do dia, retornam para suas casas num trajeto que pode levar até duas horas”, afirmou.
Rossilho defende ainda a ideia de que, não é porque a moradia é popular que ela não possa ser sustentável.
“As novas casas que os empreendedores vierem a construir nesta área de APA deverão ter energia sustentável, captação de água, além de outros itens necessários à preservação do meio ambiente”, concluiu.
Para o secretário do Verde, Rogério Menezes, é possível atender à demanda da Habitação. “Durante dois anos cerca de 70 técnicos de mais de 10 secretarias trabalharam na redação deste plano de manejo da APA, mas eu não posso deixar de cumprimentar o secretário Rossilho pela transparência na apresentação dessa proposta que é ousada. Vamos analisar, estudar, buscar o interesse coletivo de forma transparente e aprofundar mais ainda o debate a fim que de possamos fazer os ajustes necessários. Estamos falando de um ajuste que não vai alterar praticamente em nada os limites da APA e ainda vamos incentivar a vinda de novas pousadas, hotéis e da agroindústria de uma maneira geral”, concluiu.
Quem está gostando da ideia são os moradores da região. De acordo com o presidente da Associação Moradia é Cidadania, Aparecido Ferreira da Silva, o secretário Rossilho mexeu no “tendão de Aquiles” da questão habitacional na região. “Essa é a nossa briga. Estamos há quase 40 anos, 38 anos para ser mais exato, convivendo e sofrendo com a discriminação, segregação, ouvindo das pessoas que aqui não é lugar de gente pobre. Em nome dos moradores quero agradecer ao secretário Rossilho que, com essa proposta, rompe com essa cultura retrógrada e nos traz uma nova esperança, como ele mesmo sempre diz: é preciso ter coragem e criatividade para inovar e essa disposição dele está acalmando nossos corações”, afirmou.
Participaram da audiência os diretores da Cohab-Campinas, Jonatha Roberto Pereira e Valter Greve, o diretor da Secretaria da Habitação, Vinícius Riverete, vereadores, técnicos ambientais, da Habitação e do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
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