CS Guanabara assume caso
Por Marcelo Pereira
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O caso de um acumulador que mora no bairro Cambuí, em Campinas, pode ter um desfecho na semana que vem. A história foi revelada pelo portal Hora Campinas na última quarta-feira (1), após uma foto ter sido publicada nas redes sociais do vereador Paulo Gaspar (NOVO).
A cena viralizou na cidade. Uma imagem aérea mostra a grande quantidade de sacos pretos armazenados num corredor do imóvel, que fica Rua Olavo Bilac. A foto foi feita por um vizinho.
Segundo a Prefeitura de Campinas, “o material é reciclável e foi sendo recolhido por um acumulador”.
De acordo com a Administração, o Centro de Saúde Guanabara “assumiu o caso”. Em razão do feriado prolongado de Finados, a solução deve acontecer a partir desta segunda (6). “A equipe de saúde mental fará a abordagem e espera que em pouco tempo a situação seja resolvida”, informa a assessoria da Prefeitura de Campinas.
A situação causa preocupação entre os moradores da área, principalmente pelo fato dos resíduos serem inflamáveis.
De acordo com vizinhos, o homem mora no imóvel há bastante tempo e, segundo relatos, é comum ver materiais acumulados no local.
Na maioria dos casos são pertences que já não são mais úteis.
Quando esse comportamento começa a se tornar exagerado e o volume dos objetos a comprometer o espaço onde essas pessoas vivem, é necessário maior cuidado. É o caso exatamente do acumulador de lixo do Cambuí.
Ao Jornal da USP, o psicólogo Lucas dos Santos Lotério, mestre em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, disse que um indivíduo com estas características se enquadra no que se classifica como “acumulador compulsivo”.
Acumulação compulsiva é o nome popular dado à doença psiquiátrica chamada disposofobia. É um tipo de compulsão em que a pessoa é incapaz de descartar objetos dos mais variados tipos, crendo que poderão ser úteis no futuro.
Mas “esse excesso de acúmulo gera problemas, pois, muitas vezes, o paciente acaba por entulhar até mesmo lixo em sua casa”, alerta o psicólogo.
As causas do problema, no entanto, ainda são desconhecidas e devem ser tratadas com apoio de especialistas. Mesmo sem informação específica sobre o desencadear do distúrbio, Lotério afirma ao Jornal da USP que fatores como a genética, o funcionamento cerebral e acontecimentos estressantes na vida do indivíduo podem estar relacionados com o problema.
De qualquer forma, o psicólogo diz que o doente precisa ser tratado “com o acompanhamento de um médico psiquiatra, que pode receitar medicamentos que aliviam os sintomas e também com o apoio de um psicólogo através da psicoterapia”.
O apoio familiar nesses casos é ressaltado pelo especialista, pois é raro que um acumulador compulsivo perceba ou admita que viva o problema.
Assim, o papel dos amigos e familiares é fundamental para que o acumulador perceba sua falta de controle e o prejuízo em sua qualidade de vida. Para Lotério, o acumulador precisa ser estimulado a buscar a ajuda profissional e até mesmo ser acompanhado nas primeiras consultas. “Porém, tudo isso deve ser feito sem julgamentos, pois podem comprometer ainda mais a saúde mental dessa pessoa.”
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