Caso de acumulador de lixo do Cambuí

CS Guanabara assume caso

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horacampinas.com.br 03/11/2023

CS Guanabara assume caso de acumulador de lixo do Cambuí

 

"A equipe de saúde mental fará a abordagem e espera que em pouco tempo a situação seja resolvida", informa a Prefeitura de Campinas

 

 Por Marcelo Pereira

 

 

 

Tempo de leitura: 3 mins

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Lixo chega ao telhado na casa da Rua Olavo Bilac, no Cambuí: acumulação compulsiva é o nome popular dado à doença psiquiátrica chamada disposofobia - Foto: Redes sociais/reprodução

O caso de um acumulador que mora no bairro Cambuí, em Campinas, pode ter um desfecho na semana que vem. A história foi revelada pelo portal Hora Campinas na última quarta-feira (1), após uma foto ter sido publicada nas redes sociais do vereador Paulo Gaspar (NOVO).

A cena viralizou na cidade. Uma imagem aérea mostra a grande quantidade de sacos pretos armazenados num corredor do imóvel, que fica Rua Olavo Bilac. A foto foi feita por um vizinho.

 

Segundo a Prefeitura de Campinas, “o material é reciclável e foi sendo recolhido por um acumulador”.

 

De acordo com a Administração, o Centro de Saúde Guanabara “assumiu o caso”. Em razão do feriado prolongado de Finados, a solução deve acontecer a partir desta segunda (6). “A equipe de saúde mental fará a abordagem e espera que em pouco tempo a situação seja resolvida”, informa a assessoria da Prefeitura de Campinas.

 

Vigilância Sanitária

Segundo o vereador campineiro Paulo Gaspar, o imóvel é habitado por uma pessoa que acumula material reciclável. “Já acionei a Vigilância Sanitária, que prometeu averiguar”, disse o vereador.

 

A situação causa preocupação entre os moradores da área, principalmente pelo fato dos resíduos serem inflamáveis.

 

De acordo com vizinhos, o homem mora no imóvel há bastante tempo e, segundo relatos, é comum ver materiais acumulados no local.

 

O que é o transtorno?

De acordo com o Jornal da USP, “algumas pessoas apresentam grande dificuldade em se desfazer de objetos novos ou antigos”. E essa dificuldade pode, muitas vezes, envolver papéis, embalagens e recipientes descartáveis que o indivíduo acredita serem bonitos, proveitosos no futuro ou até que têm um certo valor emocional.

 

Na maioria dos casos são pertences que já não são mais úteis.

 

Quando esse comportamento começa a se tornar exagerado e o volume dos objetos a comprometer o espaço onde essas pessoas vivem, é necessário maior cuidado. É o caso exatamente do acumulador de lixo do Cambuí.

Ao Jornal da USP, o psicólogo Lucas dos Santos Lotério, mestre em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, disse que um indivíduo com estas características se enquadra no que se classifica como “acumulador compulsivo”.

 

Entenda

Acumulação compulsiva é o nome popular dado à doença psiquiátrica chamada disposofobia. É um tipo de compulsão em que a pessoa é incapaz de descartar objetos dos mais variados tipos, crendo que poderão ser úteis no futuro.

 

Mas “esse excesso de acúmulo gera problemas, pois, muitas vezes, o paciente acaba por entulhar até mesmo lixo em sua casa”, alerta o psicólogo.

 

As causas do problema, no entanto, ainda são desconhecidas e devem ser tratadas com apoio de especialistas. Mesmo sem informação específica sobre o desencadear do distúrbio, Lotério afirma ao Jornal da USP que fatores como a genética, o funcionamento cerebral e acontecimentos estressantes na vida do indivíduo podem estar relacionados com o problema.

De qualquer forma, o psicólogo diz que o doente precisa ser tratado “com o acompanhamento de um médico psiquiatra, que pode receitar medicamentos que aliviam os sintomas e também com o apoio de um psicólogo através da psicoterapia”.

 

O apoio familiar nesses casos é ressaltado pelo especialista, pois é raro que um acumulador compulsivo perceba ou admita que viva o problema.

 

Assim, o papel dos amigos e familiares é fundamental para que o acumulador perceba sua falta de controle e o prejuízo em sua qualidade de vida. Para Lotério, o acumulador precisa ser estimulado a buscar a ajuda profissional e até mesmo ser acompanhado nas primeiras consultas. “Porém, tudo isso deve ser feito sem julgamentos, pois podem comprometer ainda mais a saúde mental dessa pessoa.”

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