Dengue: Campinas amplia horários de Centros de Saúde nos finais de semana

Em meio à epidemia da doença na cidade, Secretaria de Saúde busca reduzir pressão na Rede Mário Gatti

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O presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni, o prefeito, Dário Saadi, e o secretário de Saúde, Lair Zambon durante coletiva de imprensa sobre mudanças em funcionamento de CSs - Foto: Carlos Bassan/Divulgação PMC

Campinas terá um esquema especial para funcionamento de 11 Centros de Saúde (CSs) aos finais de semana.

O objetivo é buscar reduzir a pressão por atendimentos nos hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs) da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar. A cidade vive uma epidemia de dengue.

Além disso, o Hospital Ouro Verde terá mais cinco leitos de UTI pediátrica a partir de segunda (25). 

O anúncio das medidas foi feito pelo prefeito de Campinas, Dário Saadi, e autoridades municipais de saúde na tarde desta quinta-feira (21).

A partir deste final de semana, nove das 12 unidades que já funcionam aos sábados têm horário ampliado até 17h para receber pacientes. Com isso, das 7h às 13h, as unidades básicas atendem todos os casos, mas, a partir das 13h, a assistência é direcionada para as pessoas com sintomas de dengue, como febre, dor de cabeça, dor no corpo e nos olhos, vômito, dor nas articulações e manchas vermelhas no corpo (exantema).

As nove unidades com esquema especial são Florence, Valença, Ipê, Aeroporto, Capivari, Santo Antônio, União de Bairros, Aurélia e São Quirino.

Já as três que continuam abertas no período convencional, portanto, das 7h às 13h, são Dic 1, Santa Lúcia e Vista Alegre. “A Saúde ainda vai reforçar o esquema de assistência com funcionamento excepcional do CS Campo Belo, também das 7h às 17h, para receber pacientes com suspeita de dengue”, explica a Pasta.

Ainda durante o sábado, o Laboratório Municipal também vai funcionar para receber amostras de exames e, com isso, buscar facilitar o direcionamento de ações por equipes de saúde.

Como parte das medidas para desafogar a Rede Mário Gatti, a Secretaria de Saúde também decidiu abrir o CS São Bernardo aos domingos, também das 7h às 17h, para o atendimento aos pacientes com sintomas de dengue. Neste caso, os exames das pessoas serão analisados pela própria Rede Mário Gatti para otimizar os diagnósticos.

Alta demande de atendimentos

A demanda da última semana cresceu porque a cidade está em epidemia de dengue, o que já fez a Prefeitura decretar situação de emergência e reivindicar junto ao Ministério da Saúde envio de vacinas contra dengue e agilidade no repasse de recursos extraordinários para ações de enfrentamento. Neste ano já foram registrados 24.549 casos e quatro mortes pela doença.

Em uma semana, a busca de pacientes por assistência na Rede Mário Gatti subiu 43,5% por conta da dengue e outras demandas: foram 2.447 atendimentos em 11 de março e passou para 3.512 no dia 18. Com a pressão nas unidades, o tempo de espera aumentou.

Dário destacou que o objetivo da Saúde, ao abrir 11 centros de saúde aos finais de semana, é fazer com que os pacientes de casos considerados de baixa complexidade busquem pelas unidades básicas. “Assim, serão destinados à Rede Mário Gatti os casos de média e alta complexidade”, ressaltou. A cidade declarou emergência em saúde pública em 7 de março.

O secretário de Saúde, Lair Zambon, afirmou que Campinas se prepara desde outubro do ano passado para o aumento de casos de dengue neste ano, o que permitiu à Prefeitura se preparar para a compra de insumos, como soro para hidratação, organizar mutirões para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, e fortalecer a comunicação entre Poder Público e população. “Estamos preparados e trabalhando para que todas as outras patologias sigam sendo atendidas pela atenção básica”, explicou.

Para viabilizar o funcionamento ampliado das unidades, a Saúde fará pagamento de horas extras aos profissionais, uma das medidas previstas no decreto para situação de emergência em saúde pública por conta da epidemia de dengue.

Orientações sobre assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.

Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.