Críticas da esquerda e carta manifesto
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Os vereadores de Campinas votam nesta segunda-feira (25) o projeto de autoria do vereador Nelson Hossri (PSD) que visa combater o funk nas escolas públicas e privadas de Campinas. O projeto foi aprovado em 1ª votação na semana passada.
De acordo com o autor, o projeto tem o objetivo de “orientar os pais, responsáveis e alunos, e capacitar professores sobre os malefícios das músicas com letras que façam apologia ao crime, ao uso de drogas, pornográfica e linguajar obsceno”. Se aprovado nesta segunda-feira, o projeto segue para sanção.
Durante a primeira votação, no dia 18, vereadores da bancada de esquerda se revesaram na tribuna para criticar a proposta.
A oposição acredita que se o projeto passar, deverá ser barrado no Conselho Municipal de Educação.
Hossri considera que proibindo essas músicas nas escolas desestimulará o sexo irresponsável e o uso de precoce de drogas. “A escola não é lugar para nenhum tipo de música que estimule o sexo, pois essas músicas tentam incitar que aquele comportamento é normal, mas está levando todo mundo para o fundo do poço”, avalia o autor.
O vereador Nelson Hossri (PSD): “A escola não é lugar para nenhum tipo de música que estimule o sexo – Foto: Divulgação/Câmara Municipal
O vereador Luiz Cirilo (Sem Partido) foi à tribuna para defender a proposta e apontou aspectos legais. Zé Carlos (PSB) também concordou com o teor do projeto.
“Esse projeto terá que ir ao Conselho Municipal de Educação, e deverá ter seu parecer contrário, por diversos motivos. O primeiro é porque é um projeto cretino, no sentido que coloca a população contra a escola. E outro, porque é um projeto que insinua que a escola é um espaço de apologia aos crimes e à pornografia. É inócuo e que dialoga com a censura”, criticou o vereador Gustavo Petta (PCdoB).
Em sua manifestação, a vereadora Guida Calixto (PT) afirmou que o projeto foi avaliado por uma equipe da Secretaria Municipal de Educação, que apontou a matéria estar “descolada da discussão de gestão democrática e da liberdade de cátedra”, frisou.
“Esse é um projeto para lacrar, para desqualificar nossos professores e o trabalho que é desenvolvido nos espaços de educação de Campinas”, criticou a parlamentar.
A vereadora Guida Calixto: “Esse é um projeto para lacrar, para desqualificar nossos professores” – Foto: Divulgação/Câmara Municipal
O Coletivo Dz9, formado por MCs e funkeiros de Campinas, lançou uma carta manifesto após a Câmara de Vereadores de Campinas aprovar o projeto durante a discussão de sua legalidade. Veja trechos da carta:
“O funk conta a realidade da sociedade, em suas letras você pode encontrar relatos de sonhos, decepções, amores vividos, realidades desejadas e aquilo que é visto dentro das comunidades”, diz um trecho da carta.
“A cultura do funk vai continuar existindo, apesar do preconceito e da violência que são empregadas contra. Por isso pedimos que a cultura funk seja respeitada e apoiada pela Câmara Municipal de Campinas. Que professores e professoras continuem usando a parte positiva da cultura funk para ser exemplo em sala de aula. Que o sistema político assuma a sua responsabilidade represada por anos”.
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