Graduação da Unicamp

Metade dos alunos vem do ensino público

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https://horacampinas.com.br/ 24/04/2024

Mais da metade dos novos alunos da Unicamp veio do ensino público

 

Balanço da universidade mostra alta em comparação com o ano passado

 

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Comvest comemora o fato de que 112 estudantes inscritos no Cria no ano passado conseguiram ingressar na Unicamp em 2024. Foto: Antonio Scarpinetti/Divulgação Comvest

Comvest comemora o fato de que 112 estudantes inscritos no Cria no ano passado conseguiram ingressar na Unicamp em 2024. Foto: Antonio Scarpinetti/Divulgação Comvest

Subiu de 50,1%, em 2023, para 50,8%, em 2024, o percentual de estudantes que cursaram o Ensino Médio na rede pública e que se matricularam na Unicamp este ano. Dos 3.516 estudantes ingressantes neste ano, 1.787 vieram do ensino público. O percentual de estudantes pretos e pardos matriculados também subiu ligeiramente, passando de 30% (1.019 matriculados), em 2023, para 30,5%, em 2024 (1.071).

O índice, aponta a universidade, considera os matriculados em todas as modalidades de ingresso: Vestibular Unicamp, Enem-Unicamp, ProFis, Vestibular Indígena e Vagas Olímpicas. Os dados vieram da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) da Unicamp, que divulgou o balanço sobre os índices de inclusão social obtidos nas diferentes modalidades de ingresso nos cursos de graduação da Universidade.

Segundo a Comvest, os dados sobre os estudantes oriundos da rede pública apontam para uma consolidação, quando se observa o percentual obtido nos últimos anos: em 2022, o índice foi de 45,7% do total de matriculados; em 2021, de 47,5%; em 2020, de 45,4%; e, em 2019, o índice foi de 47,9%.

O diretor da comissão, José Alves de Freitas Neto, avaliou os índices como um reflexo das medidas adotadas nos últimos anos pela Unicamp, tais como adequação das provas e inclusão de novas formas de seleção, a exemplo do Provão Paulista, lançado pelo governo do Estado de São Paulo em 2023 e que oferece 315 vagas na Unicamp.

“O cenário das nossas políticas de inclusão mostrou uma estabilidade desejável, a partir das políticas adotadas pela Unicamp nos últimos anos. Passada a pandemia, observamos que há, em relação aos matriculados de escola pública, um índice um pouco maior que nos anos anteriores, de 50%, que é a meta da Universidade”, disse Freitas Neto.

 

Escola pública

A estudante Maria Vitória Ramos Vieira, de 18 anos, cursou escola pública e foi aprovada na Unicamp neste ano, para o curso de Administração Pública, ministrado na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA). Ela falou sobre a desvantagem dos alunos da rede pública no momento de preparação para os exames vestibulares.

“Nós sofremos para nos preparar diante da desvantagem em relação a estudantes de escolas particulares, que têm acesso a outras oportunidades, muitas vezes não disponíveis para nós. Acredito que, sem as políticas de ação afirmativa, o acesso à universidade pública não chegaria para todos. Por isso, esse índice de 50% de estudantes de escolas públicas na Unicamp é, para mim, um marco, um avanço e uma oportunidade que no futuro vai ser devolvido ao nosso país”, disse a estudante.

De acordo com Freitas Neto, as políticas de ação afirmativa são importantes para corrigir disparidades como, por exemplo, a proporção de estudantes do ensino médio matriculados em escolas públicas e particulares.

“Apenas 15% dos estudantes estão em escolas particulares e os outros 85%, em escolas públicas, percentual que não se reflete nas universidades públicas”, revela.

“A disparidade e a diferença entre as escolas tornam a concorrência desfavorável para os estudantes da rede publica. Por isso é fundamental que a universidade pense políticas de ação afirmativa quanto ao ingresso”, defendeu.

 

Projeto Cria Unicamp

Nesse sentido, para interagir e contribuir com a preparação dos estudantes de ensino médio, a Comvest lançou, de maneira inédita, em 2023, um projeto batizado Cria Unicamp. O evento, feito de palestras e aulas gratuitas, ocorre aos sábados, na sede da comissão, no campus de Campinas.

Em 2023, o Cria Unicamp alcançou um público de 1.310 estudantes, em um total de nove encontros, entre os meses de abril e outubro. Um dos resultados comemorados pela Comvest é que 112 estudantes inscritos no Cria no ano passado conseguiram ingressar na Unicamp em 2024, sendo 42% deles vindos de escolas públicas.

Para este ano, estão previstas quatro edições do projeto. Os dois primeiros encontros aconteceram em abril e reuniram cerca de 400 estudantes. As aulas abordaram dois dos livros cuja leitura será exigida no Vestibular Unicamp 2025: A vida não é útil, de Ailton Krenak, e Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu.

As inscrições são realizadas pela página eletrônica da Comvest, e podem participar do projeto estudantes regularmente matriculados no ensino médio de escolas públicas e particulares da Região Metropolitana de Campinas (RMC), além das de Limeira e Piracicaba. Das 250 vagas, metade fica com alunos da rede particular de ensino e metade, com alunos da rede pública. (Com informações da Comvest)

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