GM estreia peça e inicia temporada
Os guardas municipais do Projeto Integração (Proin) estrearam na tarde desta terça-feira, 19 de julho, a peça “Até quando, Maria? Até quando?”, parte do projeto “Maria da Penha vai à escola”. A iniciativa vai levar para alunos, professores e comunidade, informação e conscientização sobre a violência doméstica contra a mulher, o alcance da Lei Maria da Penha e o trabalho que a Guarda Municipal de Campinas (GMC) realiza em apoio às vítimas.
A apresentação, no Teatro IMA Cultural, reuniu convidados e alunos de onze turmas de oito escolas da rede municipal que fazem parte dos programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), Consolidando a Escolaridade, e Educação Ampliada ao Longo da Vida, da Fundação Municipal para Educação Comunitária (Fumec). Na plateia, cerca de 250 alunos de diversas regiões da cidade se reuniram a autoridades convidadas.
O vice-prefeito Henrique Magalhães Teixeira esteve presente e se disse emocionado com a iniciativa, e com o envolvimento dos guardas municipais, que tiveram sensibilidade para criar a atmosfera necessária. “A criatividade é um poderoso instrumento quando precisamos passar uma mensagem para alguém”, afirmou, lembrando que a arte tem o poder de transformar a realidade ao tocar as pessoas em suas emoções.
Entre as várias autoridades presentes, estavam representantes das Secretarias de Educação e de Cultura, parceiras da Guarda Municipal e da Secretaria de Cooperação nos Assuntos de Segurança de Campinas na iniciativa, e autoridades policiais e do Legislativo da cidade.
O secretário de Cooperação nos Assuntos de Segurança de Campinas, Luiz Augusto Baggio, destacou que, acima de tudo, a peça quer tratar da importância do respeito entre as pessoas e do risco de, por omissão, aceitar a agressão. “Nosso foco é a prevenção para que isso não aconteça, que o respeito se dê pela consciência das pessoas”, disse, ao agradecer o engajamento dos guardas municipais no projeto para levar essa mensagem à comunidade.
A vida no palco
Os guardas municipais envolvidos na peça são da equipe do Programa de Integração (Proin), que leva o trabalho preventivo da Guarda Municipal para a comunidade, abordando assuntos como uso de drogas, de álcool e violência doméstica. A peça foi criada, montada e encenada por nove guardas que se voluntariaram a partir do projeto idealizado pela assessora da Secretaria de Cooperação nos Assuntos de Segurança, Teresinha de Carvalho. A supervisão do trabalho foi do Comandante da GMC, Márcio Frizarin, com colaboração da Inspetora Marilza Alves Rodrigues.
A dramaturgia foi desenvolvida com a colaboração da Companhia Teatral Sia Santa, com o diretor Jorge Fantini assumindo a criação, com a equipe do Proin. A apresentação da Lei Maria da Penha, a lei nº 11.340/06, e um pouco da história da mulher que dá nome à lei marcam o início do espetáculo,
com a assessora Teresinha de Carvalho e o diretor Fantini em cena.
No palco, em “Até quando, Maria? Até quando?”, os guardas municipais Cleir, Do Nascimento, Edson Lopes, Friaça, Leandro, Nogueira Martins, Sílvia Carvalho, Sueli e Vanessa mostram cenas do cotidiano de muitas famílias que nem sempre são vistas como violência. A relutância em denunciar, o impacto na vida dos filhos e na autoestima da mulher agredida e a importância de uma estrutura de apoio às vítimas trazem ao público uma realidade cotidiana. A situação vivida pelos guardas municipais, que muitas vezes são acionados mas não conseguem efetivar a ocorrência por receio das mulheres agredidas em denunciar a violência, também é mostrada.
Peça percorrerá bairros e escolas
A partir de agora, a peça será apresentada em escolas da rede municipal de educação de Campinas, por meio da parceria com a Secretaria de Educação. No futuro, as apresentações poderão ser ampliadas para as redes estadual e particular.
Representantes das guardas municipais de Paulínia, Itatiba e Monte Mor estavam na plateia e demonstraram interesse em levar a experiência para as cidades vizinhas.
A Lei Maria da Penha entrou em vigor em 2006 e representa um grande avanço contra as várias formas de violência no âmbito familiar. Com base nesta legislação, o juiz pode aplicar ao agressor medidas restritivas para afastá-lo do convívio doméstico. O descumprimento das medidas protetivas às vítimas passou a ser crime punível com prisão.
A Guarda Municipal de Campinas possui o programa Guarda Amigo da Mulher (Gama), que acompanha famílias em situação de violência e que tenham medidas protetivas definidas pela Justiça. Criado pelo prefeito Jonas Donizette, em 2016, o Gama tem uma equipe preparada para a abordagem, acompanhamento das vítimas e colaboração no cumprimento das medidas de proteção.
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