Patrimônio histórico ameaçado
A transformação urbana acelerada de Campinas vem trazendo à tona um dilema comum em cidades brasileiras: como equilibrar o avanço do setor imobiliário com a preservação do patrimônio histórico? Apesar de contar com 765 bens tombados e outros 600 em processo de estudo, o tombamento por si só não tem garantido a conservação desses imóveis.
Nos últimos 11 anos, entre 2015 e 2025, a cidade registrou um acréscimo de 45 mil novos apartamentos e 12 mil casas, segundo levantamento baseado no registro do IPTU. Esse crescimento tem impactado diretamente o patrimônio histórico, com diversos prédios sendo demolidos ou deteriorados por falta de manutenção e apoio para reformas.
Especialistas apontam que a situação dos bens tombados e áreas históricas de Campinas é precária. A falta de incentivos e suporte para proprietários realizarem restauros contribui para o abandono desses imóveis. Além disso, o mercado imobiliário tem se expandido sobre áreas centrais e bairros nobres, como Cambuí, Nova Campinas e Taquaral, onde antigos casarões e terrenos amplos são alvos para novos empreendimentos.
A Prefeitura de Campinas, por meio da assessoria de imprensa, reconhece os desafios e afirma que tem buscado conciliar o desenvolvimento urbano com a preservação do patrimônio histórico. No entanto, especialistas destacam a necessidade de projetos e planejamentos urbanos eficazes para garantir que a expansão imobiliária não comprometa a memória e a identidade da cidade.